26 julho 2010

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LAMENTO



Lamento pelos momentos que não tivemos,
pelas letras que não cantamos juntos,
pelas pegadas que não compartilhamos na areia.
Lamento pelos abraços que não demos,
pelos carinhos que não fizemos,
pelos beijos que não sentimos.
Lamento pelas mentiras que dissemos,
pelas verdades que não vislumbramos,
pela história que não escrevemos.
Lamento, por assim dizer, que te amo!
Apesar do hiato que nos separa,
ainda, que o teu olhar não seja meu.

 

Catarina Poeta


23 julho 2010

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FOLHETIM

Quem roubou meu beijo,
meu jeito,
meu queijo,
meu quê de qualquer coisa,
ou de coisa alguma?
Quem roubou meu riso,
meu silêncio,
meu vazio,
meu outono,
minha maçã Fuji,
que fugiu de mim?
Quem roubou meu sonho,
meu devaneio,
meu desvario,
meu rio,
minha Amazônia perdida,
quem roubou o meu dia?
Você!

Catarina Poeta

21 julho 2010

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JANELAS


Só acaba quando não termina.
Nunca é um espaço-tempo que não existe.
No amor, não há ponto final...
Apenas reticências.
Quando se lembra, surge o talvez
na dúvida passageira.
Minha única certeza é o teu olhar!
Quando o vejo, sei que encontro
 minhas respostas.

 
Catarina Poeta

18 julho 2010

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PARALELAS



A distância do horizonte
oferece um certo consolo...
Não há passado,
não há futuro,
há apenas o presente,
a direção da linha,
a fronteira que nos separa
do antes e do depois
do intempestivo amor.

Catarina Poeta


17 julho 2010

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PERGUNTA

Se eu não te amasse seria perfeita,
inteira na metade que me cabe,
a certeza de uma resposta sem a pergunta.
Se eu não te amasse seria livre,
sem as mãos entrelaçadas em nós
que não conseguimos desatar.
Se eu não te amasse seria menos poesia,
um quase verbo não pronunciado,
um olhar calado no meio da multidão.
Se eu não te amasse seria apenas uma estrela
a brilhar solitária,
no recôndito de um só coração.

Catarina Poeta

15 julho 2010

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VÔO

Tuas asas esbarram na liberdade,
na interrogação do fim da linha,
nas palavras dos lábios de quem te ama.
Tuas asas se encolhem no abraço,
nas mãos que seguram as tuas,
no olhar que aprisiona os teus.
Tuas asas alçam vôos distantes
com uma brisa gélida no rosto,
nas nuvens mais altas
que flutuam em teus neurônios.
Tuas asas abertas são horizontes,
onde eu desejo voar.


Catarina Poeta

04 julho 2010

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Pintura Noite Estrelada de Van Gogh

FRONTEIRAS
 
Caminhar a passos largos,
ultrapassar o horizonte
com o pensamento,
voar sobre as montanhas,
ser livre na mente,
só por um momento.
Enxergar as estrelas
com brilho no olhar,
ser feliz a todo instante,
num sorriso...
numa lágrima...
Estar perdido num lugar
em meio às flores,
aspirar o ar mais puro
com cheiro de amores,
abraçar o mundo inteiro
num teclado sem fronteiras,
dizer coisas...
ouvir outras...
Viver com paixão
uma história inteira.

Catarina Poeta