26 dezembro 2008

Uma janela para o novo...

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Poucas coisas na vida valem a pena. Outras, no entanto, valem muito!
Em 2008 descobri um universo com imenso valor para mim. Encontrei neste espaço virtual uma nova maneira de manifestar minhas impressões e expressões do mundo, meus poemas, meus sentimentos mais profundos, antes, somente expostos nos livros. Encontrei mentes brilhantes, corações apaixonantes, olhares virtuais que tanto me encantaram. Você, que me encontrou neste cantinho da Web, convido a continuar comigo, pois eu com certeza, quero permancer contigo em 2009. Muito obrigado pelas palavras de incentivo, carinho, admiração e pela partilha diária.
Vou encerrar minha saudação com uma importante frase de Paul Valéry*, filósofo, escritor e poeta francês:

"Entre duas palavras, devemos escolher a mais pequena".

Nesta reflexão, deixo-lhe minha pequena palavra: AMOR!
Aceite meus votos de um excelente ano novo repleto de muito amor, desejando que a janela do coração e da mente abra-se em cada um de nós para o novo despertar de um mundo cada vez melhor. Forte abraço!

Catarina Poeta

NOTA: *Paul Valery - 30/10/1871, Sète, França20/07/1945, Paris, França. foi um filósofo, escritor e poeta francês da escola simbolista cujos escritos incluem interesses em matemática, filosofia e música. Em 1889 publicou seus primeros versos, fortemente influenciados pela estética da literatura simbolista dominante na época. Foi aceito pela Academia Francesa em 1925. Sua obra poética foi influenciada por Stéphane Mallarmé, que consequentemente influenciou outro francês, Jean-Paul Sartre. Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20.

15 dezembro 2008

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Por esses dias, ando enamorada pela vida.
Ou, talvez, por alguém que nela habita.
Seja como for, a vida me inspira
e escrevo para contemplá-la.


MOMENTO

No espaço-tempo,
contemplo:
o azul do céu,
o som do vento,
o grão de areia,
o cintilar da água,
a voz que fala,
no olhar que é meu.



CHAVE

Mergulhei no vácuo,
no infinitesimal espaço
que habita em mim.
Flutuei por entre
cilindros e esferas,
encontrei tubos de ensaios
cheios de sentimentos,
olhei os rótulos...
reconheci alguns,
descobri outros,
cheguei no obscuro momento,
no âmago, no ser.
Repousei.



Catarina Poeta

07 dezembro 2008

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CENTELHA...

Ao que me inspira, lanço-me inteira....
Transformo sentimentos em letras,
em versos eqüidistantes

que me aproximam das pessoas,
me transformando em poesia...
Igual a lua, que mesmo sem saber,
se declama em teu olhar.

Catarina Poeta

03 dezembro 2008

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HISTÓRIAS DO COTIDIANO...

Há muito tempo atrás o jornalista e dramaturgo Pedro Bloch tinha uma página na revista Manchete com o título “Criança diz cada uma...”. Contava histórias engraçadas e inusitadas acontecidas com crianças que passavam pelo seu consultório. Outro dia, vivenciei umas cenas com crianças e me diverti muito lembrando do Bloch. E me lembrei ainda das travessuras dos meus sobrinhos quando pequenos e também dos meus alunos, pois sou educadora e tive bons momentos com as crianças no decorrer de minha vida.
Recentemente, vivenciei duas cenas que fariam o Bloch dar gargalhadas:
A primeira: Vinha eu caminhado em uma movimentada rua de Floripa e à minha frente iam a mãe e a filha de 3 anos de idade. Passando em frente a um muro todo pintado com gravuras de animais da fauna brasileira, a mãe inocentemente exclamou: - Cuidado filhinha! Não chegue perto que o jacaré vai te engolir. E a menininha, com aquele olhar de espanto e de pura inteligência, respondeu para a mãe: - Engolir eu?! Você não tá vendo que é apenas uma pintura na parede? O jacaré é de mentira! E a mãe respondeu: - Claro que eu sabia que era de mentira... só estava testando você!
A segunda: Estava eu no transporte coletivo, e no banco de traz vinha o pai com uma menininha que devia ter uns 4 aninhos. O ônibus fez uma parada, e ao lado da estrada havia uma casa com dois cachorrinhos da raça pincher, brincando no jardim. O pai ao ver a cena, exclamou para a menina: - Olha filhinha, dois cachorrinhos brincando. Que bonitinhos! E a menina respondeu: - Não papai! São dois ratinhos. (KKKKKKKKKKKK).
É realmente, os pincher miniaturas parecem mesmo dois ratinhos, com todo respeito à raça.
E, como dizia o Pedro Bloch, “Criança diz cada uma....”

Catarina Poeta

Para saber mais sobre o Pedro Bloch, acesse:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u41762.shtml

24 novembro 2008

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FORMAS DE OLHAR

Olhei as fôrmas
que são as pessoas,
de todas as formas,
retóricas de sentidos,
que as tornam
diferentes em
formas disformes,
descontentes,
em formação
para novas formas,
mais felizes
na triste Geometria
do olhar difuso,
ocluso,
na forma do ser

Catarina Poeta


Pintura de Alexandre Ackel

17 novembro 2008

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TRAVESSIA

No momento em que
te vislumbrei na outra margem,
ao alcance e tão distante
dos meus olhos,
quadro empírico de um
momento fascinante,
equidistante do meu
pulsar aleatório.
Meus pés ensairam
a travessia,
e minhas pernas esitaram
a caminhada.
Medo errante de quem
sofre quando ama,
coragem firme,
de quem fica à espera.

Catarina Poeta

06 novembro 2008

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REFLEXO

 "Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Sou um coração batendo no mundo."

"...há impossibilidade de ser além do que se é - no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu, quase normalmente - tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação de meu começo...... a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais...."

"Sou uma filha da natureza: quero pegar, sentir, tocar, ser. E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério. Sou uma só... Sou um ser. E deixo que você seja. Isso lhe assusta? Creio que sim. Mas vale a pena. Mesmo que doa. Dói só no começo."

Poucas pessoas no meio literário me encantam tanto quanto a Clarice Lispector. É incrível a identificação que tenho com ela! Sua itensidade é demais para a minha compreensão. E, dizem que sou intensa! Eu mesma, já escrevi isso a meu respeito. Mas, no fundo de mim, sei que ainda estou mergulhando rumo ao meu próprio entendimento. Escrever me dá essa liberdade e compartilhar com vocês minhas impressões e expressões de mundo, me possibilita chegar mais rápido no meu núcleo. Sou um ser em construção!

Catarina Poeta

31 outubro 2008

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POEMA INCIDENTAL

Meu infinito momento
surge quando abro os braços
e visualizo o teu sorriso
e o teu olhar para mim.
Sinto um misto de êxtase
e de liberdade,
por saber que posso mergulhar
em teu ser
e permanecer, flutuando
Num espaço de amor

Catarina Poeta

28 outubro 2008

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O SEU OLHAR

O seu olhar lá fora
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
Onde a brasa mora
E devora o breu
Como a chuva molha
O que se escondeu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
O seu olhar agora
O seu olhar nasceu
O seu olhar me olha
O seu olhar é seu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu

Composição: Paulo Tatit / Arnaldo Antunes

22 outubro 2008

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INSPIRAÇÃO

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi:
não soube que ias comigo,
até que as tuas raízes atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
(Pablo Neruda)

21 outubro 2008

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SAFIRA

Estive olhando o céu
e vi gaivotas voando
no espaço gris.
Procurei o azul que reluz
O dourado do sol...
Não estava lá!
Estava em seu olhar,
safira a brilhar.

Catarina Poeta

05 outubro 2008

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ALIANÇA

Quando se fala em aliança, o que surge de imediato em nossa mente, é a aliança de compromisso afetivo com alguém. Pode ser namoro, noivado ou casamento, estas são as condições diretamente relacionadas à imagem da aliança. Eu vou falar de uma aliança muito mais forte e profunda: a aliança entre amigos. Nada pode ser mais intenso e verdadeiro do que uma aliança alicerçada numa grande amizade. Amigos fiéis estabelecem um elo de ouro entre si, literalmente falando. Não há nada que possa abalar uma amizade embasada em princípios como a sinceridade, a honestidade e daí partindo para a alegria e o bem-estar de comparilhar momentos com a pessoa amiga. Amigos fiéis almoçam juntos, assistem filmes comendo pipoca, caminham na praia, desbafam as tristezas e angústias um com o outro, ajudam-se mutuamente quando precisam, riem juntos de coisas sem sentido e dão sentido à coisas que estavam esquecidas. Amigos fiéis, sabem que nas horas difíceis há amigo mais chegado do que um irmão, e pode contar sempre com isso. Eu sou feliz por estar neste mundo e poder afirmar que tenho alianças muito fiéis com amigos muito especiais. Vocês, intimamente, sabem disso. Que a nossa aliança, a mais poderosa, seja eterna. Beijo grande!
Catarina Poeta

30 setembro 2008

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SENSAÇÕES

Quero te abraçar calorosamente
não só porque te amo,
mas e principalmente,
porque sinto falta da força do teu ser.
Quero te beijar intensamente,
não só porque te desejo
mas, e principalmente,
porque sinto falta do calor dos teus lábios.
Quero te olhar profundamente,
não só porque isto me inspira,
mas e principalmente,
porque sinto me perder confiavelmente em teu olhar.
Quero te abraçar, te beijar e te olhar infinitamente,
porque sem fazer isso, nada sou...


Catarina Poeta

23 setembro 2008

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PALAVRAS SILENCIOSAS

Um homem, perdido em sentimentos viaja na imagem vazia do quadro e pensa(...)
"Estive pensando em muitas coisas nas quais eu gostaria de escrever-te:
Meus sentimentos mais profundos, minha frase de sorrisos, minhas letras em olhares que te lanço, minha ternura na reticência...
Mas, desisti de escrever-te! Sei que não saberás traduzir o meu intenso amor através das linhas. Se não soubeste fazê-lo em minha presença, como então, poderia traduzí-lo em papel branco?
À você, mais do que a outra, entrego minha alma, minha fonte de versos latentes, minha outra face, a verdadeira que poucos souberam entender. Somente por você oculto minhas lágrimas em sorrisos que espalho pelo dia".
E, calado, rendeu-se ao silêncio.

Catarina Poeta

12 setembro 2008

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Sou profundamente identificada com esta canção de Adriana Calcanhoto, compositora e cantora da qual sou fã. Compartilho com vocês esta linda letra chamada: Uns versos. Se quiser ouvir a música, acesse http://br.youtube.com/watch?v=o-8PJVTACQk o clip é muito bonito, com imagens incríveis de corações.

UNS VERSOS


Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo
E depois rasgo

08 setembro 2008

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TRILHANDO IMAGENS

O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós. Mais uma da Clarice! Gosto desta percepção acerca do que podemos chegar a ser enquanto soubermos dar impulso aos nossos desejos mais profundos. E, quando usamos 50% do nosso limite humano, temos que lembrar que ainda restam 50% para chegarmos na meta proposta. Esta conta eu aprendi com o guia da Ativa, que me conduziu junto com a galera do Swásthya-Yôga da Uni-Yôga BeiraMar até o alto do Cambirela, que tem 1043m e é parte integrante do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, localizado no município de Palhoça, e em cujo topo pode-se ter uma vista espetacular de toda a Ilha de Santa Catarina e do maior aglomerado urbano do estado, formado pelas cidades de Florianópolis, São José e Palhoça.
Quando chegamos lá em cima, cansados pelo esforço da íngrime subida, e vimos aquela exuberante visão da Ilha de Santa Catarina, não pudemos deixar de reconhecer que somos uma pequena centelha neste macro universo feito de energia criativa. Lá, naquela imensidão verde e azul, eu mentalizei muitas coisas boas para mim e para todos aqueles que amo.
O impossível, verdadeiramente, nos faz seres possíveis. E, viva a natureza!

02 setembro 2008

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SAUDADE

Ontem, o teu olhar me disse coisas
Que os teus lábios não souberam pronunciar.
Em resposta te escrevo:
“Também sinto a ausência das canções que
os teus risos entoavam”.

Catarina Poeta

28 agosto 2008

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O SOL EM MINHA VIDA

Estava olhando o mar na praia de Canasvieiras, num fim de tarde ensolarado deste inverno totalmente atípico. O sol deitando no horizonte despedindo-se do dia, pareceu-me sonoro e cheguei mesmo a ouvir uma música suave no meu ato contemplativo.
As ondas iam e vinham beijando a areia e as gaivotas planavam sobre as águas espelhando-se no mar azul. Naquele instante, veio em minha mente a grandeza de todo aquele quadro e um forte sentimento de gratidão por eu poder estar ali naquele exato momento, vislumbrando tamanho espetáculo da natureza. E eu sei, que se for novamente num outro dia, o espetáculo se repetirá, mas não será o mesmo, pois a água não corre duas vezes no mesmo lugar.
Hoje, transportei esta vivência para minha vida.
Quero que a cada dia eu possa fazer um novo recomeço, um novo pôr-do-sol, uma nova caminhada. Quero olhar para trás e lembrar com carinho de tudo o que vivi e olhar para frente com a certeza de que serei capaz de possibilitar um mar de oportunidades em termos de relacionamentos, conquistas profissionais e tudo o mais que possa servir para o meu amadurecimento e aperfeiçoamento pessoal.
E, espero sinceramente, um dia encontrá-lo na praia para observar junto comigo, o sol deitando no mar...

Catarina poeta

23 agosto 2008

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CENTELHA

Ao que me inspira,lanço-me inteira...
Mergulho no teu abraço
e saio de mim
para reencontrar
o crepúsculo que
me embriaga de luz

Catarina Poeta

20 agosto 2008

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CASINHA DE SAPÊ

As estações passam... Quando penso nisso, surgem várias imagens em minha mente. Imagens de pessoas, animais, flores, objetos, livros... Ah, os livros! Meus fiéis e ternos companheiros... Estas imagens me fazem refletir sobre o sentido das coisas, dos acontecimentos e daí surgem perguntas inevitáveis, do tipo: por que corremos tanto? Ou, por que queremos sempre mais? Ou, ainda, por que continuamos em busca do amor ideal, da pessoa ideal, do trabalho ideal, do sonho ideal?
Esta inconstância de satisfação ou de insatisfação, tornam as pessoas seres incompletos.
Como diz naquela canção do Christyan e Ralf:

Jogue tuas mãos para o céu
E agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê

Que bom se a ótica fosse esta, de contentar-se com o que se tem. Eis uma boa reflexão!
Eu mesma vou refletir sobre as minhas conquistas até aqui, procurando ser feliz da melhor maneira possível. Seja na rua, na chuva.... ou onde for. Afinal, estou aqui!
Nota: A composição da música "Na chuva, na rua, na fazenda" é de Hyldon e foi gravada em diferentes versões, ficando mais conhecida nas vozes do Christian & Ralf (versão que prefiro) e Kid Abelha.

Catarina Poeta

12 agosto 2008

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AUSÊNCIA

No instante em que te busco,
rebusco pensamentos,
arrumo sentimentos,
ancoro-me no meu refúgio.
Fujo de coisas que revivo,
encontro-me em desejos
que ainda quero ter.
Alterno fugazes sombras
que retomam teus instantes...
Somente tua ausência física
me transporta ao vazio
Catarina Poeta

01 agosto 2008

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CAPÍTULO
Te empresto minha história,
meus capítulos,
minhas pautas,
meus discursos,
minhas falas...
Te empresto meus caminhos,
minhas trilhas,
minhas experiências,
meus acertos,
meus erros,
meus percalsos,
meus desencantos,
minhas desilusões...
Te empresto minhas fugas
mais tranqüilas,
e, também, as intempestivas,
meus gritos de dor se suportares,
meus olhares,
minhas insinuações,
minhas dúvidas,
minhas crenças...
Te empresto meu coração,
meu corpo inteiro,
minha lucidez,
meu despertar,
meu adormecer...
Em troca, só te peço uma coisa:
Que não percas o olhar
que um dia olhou o meu.

Catarina Poeta



29 julho 2008

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AMOR AMIGO... AMIGO AMOR

"Pra onde vai o meu amor, quando tudo acaba?", pergunta Chico Buarque, entre outras lindezas poéticas, na canção Almanaque. Em torno dessa aparentemente irrespondível pergunta do poeta, gravitam outras questões. Penso que quando há na relação uma estrutura embasada numa forte e sólida amizade, este amor se recicla e permanece de uma outra forma, pois amigos verdadeiros superam quaisquer obstáculos, até mesmo o rompimento de uma relação amorosa, ou de uma arrebatadora paixão. Cabe lembrar como já falei aqui no blog, que no amor ocorre o paradoxo de que dois seres tornam-se um e contudo permanecem dois. E, neste universo amplo e fantástico que são dois seres unidos por um sublime sentimento, a essência maior pode ser a amizade, quando ambos são emocionalmente maduros. Eu, particularmente, sonho viver um desses gloriosos momentos, em que uma incrível amizade é também uma agradável paixão. É como naquela canção dos Tribalistas, que fala da velha infância. Gosto do trecho que diz: “meu riso é tão feliz contigo, o meu melhor amigo é o meu amor”. O bom disso, deve ser ter ideais parecidos, compartilhar muitos momentos divertidos, rir de brincadeiras que criam e outras que aprendem juntos, dançar, ir ao cinema, comer pipoca, lembrar dos amigos em comum, praticar esportes, caminhar juntos, ler livros e conversar a respeito, ouvir músicas e cantar bem alto, falar de planos para o futuro e o mais interessante, é ter planos individuais mas que seguem paralelos. Respeitando as diferenças e acima de tudo, conservar um imenso carinho um pelo outro. E, mesmo que a paixão acabe um dia, a amizade permanecerá... Eu não tenho dúvida alguma! Por isso, gosto muito deste poema de Einstein e compartilho com vocês, pois é muito lindo ver a amizade deste jeito:


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

24 julho 2008

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SOU UM CORAÇÃO BATENDO NO MUNDO

Quando escrevi o poema “Inquietação”, que é, também, o título do meu terceiro livro, encontrava-me num momento de efervescência sentimental, pois na época eu havia perdido minha irmã do meio, que teve morte súbita. Este poema, inclusive, foi impresso em formato de cartão e entregue como lembrança para todos os familiares e amigos que compareceram na missa do sétimo dia. Naquela época, eu já tinha a consciência da perda e do quanto é difícil perder a quem amamos, seja para a morte ou para outra pessoa. A perda é verdadeiramente um sentimento inacabado dentro de nós e que nos causa muito desconforto. Não sabemos direito como encarar alguns fatos e superar outros e conheço pessoas que mesmo com o passar de muitos anos, ainda sofrem com as tais perdas. Me perguntaram esta semana, como eu consegui e consigo “dar a volta por cima” das perdas que tive, e seguir em frente. Bom, a questão básica é que tenho a convicção de que necessito seguir em frente. Não há nada que eu possa fazer, a não ser seguir em frente e fazer isto da melhor maneira possível. Amar os outros é uma forma de salvação individual que conheço, pois ninguém estará perdido se der amor e se receber amor em troca como uma conseqüência natural. Entregar-se a novos projetos, ao trabalho e ao lazer ajuda a desviar o foco e ver que a vida continua. Mas acima de tudo, saber lidar com a realidade que estamos vivendo num dado momento; Compreender que tudo tem um ciclo que tem um começo, um meio e um fim; Aprender que tudo acaba, tudo passa, tudo se recicla e tudo se renova; Entender que ninguém é de ninguém nesta vida, e que todos somos substituíveis até que seja cumprida a nossa missão pessoal; Saber ser um coração batendo no mundo e pulsar da melhor e mais profunda maneira, até que ele próprio, ao cessar seus batimentos, deixe como vívida lembrança um ritmo de fortes e inesquecíveis emoções para aqueles que ficarem. Assim, vivendo um dia de cada vez e com os olhos firmes no futuro, pode-se vislumbrar que além do horizonte há sempre um lindo lugar com pessoas incríveis esperando por você, por mim e por todos nós.

INQUIETAÇÃOCatarina Poeta
Largos são os horizontes,
Distantes são os caminhos,
Fortes os sentimentos,
Intensos são os carinhos,
Raros são os momentos,
Tristes as despedidas,
Marcante é a saudade,
De quem amamos um dia





"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha
a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo".
Clarice Lispector

22 julho 2008

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CENTELHA

Ao que me inspira
lanço-me inteira...
Abro o peito
rasgando o vento...
Sou livre!
E mergulho no oceano
de águas límpidas

Catarina Poeta

21 julho 2008

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ANSEIO
Quero teu beijo
em minha boca
sem demora,
quero tuas mãos
me envolvendo
com carinhos,
quero encolher-me
no teu caloroso abraço,
quero mergulhar
no momentâneo prazer
de estar contigo,
quero ir para
o teu céu infinito,
quero navegar
no teu oceano
de encantos,
quero ser o
teu melhor desejo...
Quero ser o
teu melhor sorriso

Catarina Poeta

15 julho 2008

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ONTEM

O cântaro está rachado
e o ladrilho quebrou.
Não mais importa...
De algum modo,
Ontem, tudo passou.
Minhas asas encolhidas
abriram-se novamente,
e alcei vôo...
Liberta deste amor

Catarina Poeta

14 julho 2008

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EU ME RENDI ÀS LETRAS

Já dei inúmeras demonstrações de minha admiração ao trabalho da autora Clarice Lispector e não me canso de citá-la nem de fazer minhas palavras, as dela. Gosto, infinitamente da seguinte afirmação de Clarice: "Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... ". É, pela mesma razão, que eu escrevo. E, mais: escrevo por pura necessidade de me expressar para o mundo. Encontro neste exercício um imenso prazer que me seduz o tempo todo e sem o qual não posso viver. Escrever me dá a certeza de estar viva, emoldurada em páginas e linhas que perpetuam meus sentires, meus olhares, minhas interpretações de mundo. Encontro no mundo das letras as pessoas de que preciso e que são essencialmente verdadeiras, pois ninguém fala ou escreve aquilo que verdadeiramente não sente. A relação que tenho com meus leitores é viva, intensa, apaixonante e inspiradora em todos os sentidos. Encontro em cada leitor um amigo, um admirador que me estimula a seguir sempre em frente, buscando o aprimoramento necessário para o meu crescimento como escritora e também como pessoa. Isso que vivencio todos os dias, seja neste blog, ou nos informativos que escrevo em outros espaços que conquistei, é um aprendizado constante e recíproco. Por isso repito o que minha admirada autora, a Clarice, escreveu: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Eu me rendi às letras, aos meus leitores e sigo vivendo esta paixão linda e avassaladora, sem querer entender precisamente, mas simplesmente, vivendo-a intensamente.

Catarina Poeta

13 julho 2008

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IMPULSO

Quero sentir teu aroma,
teu sabor adocicado,
quero sentir a tua energia,
a densidade do teu ser,
quero amalgamar teus
pensamentos nos meus,
fluir em tua mente
como um gozo,
quero ser teu canto
e embalar teus sentidos,
quero ser teu recanto predileto,
teu momento de sossego,
quero ser teu aconchego
e em teus braços adormecer...
E, se nada disso eu puder ser,
quero apenas ser tua lembrança,
ser teu riso de criança,
a tua saudade derradeira

Catarina Poeta

10 julho 2008

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ELOS

No amargo... o doce.
No distante... o perto.
No querer... o perder.
No estar... o ser.
No sentido... o nada.
No abrigo... o frio.
Na saudade... o amor.
No amor... a liberdade!
Correntes...


Catarina Poeta

07 julho 2008

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CENTELHA

Em mim, o pulsar do sentimento
alcança uma freqüência diferente...
Sou imensamente intensa,
vou aos limites mais profundos,
entrego-me, absurdamente inteira,
e lanço-me sem medo,
naquilo que me inspira

Catarina Poeta

05 julho 2008

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PÉTALAS

Encontrei uma flor em meu caminho.
Por todas as razões, olhei-a
e amei-a Intensamente.
De todas as formas, a flor me parecia única,
a melhor de todas, a mais bela,
a que possuía o mais puro aroma.
Até que um dia, igual as outras que conheci,
a flor também murchou,
despetalou-se e feneceu.
E, eu fiquei...
sem a flor que tanto amei.

Catarina Poeta

01 julho 2008

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SEJAMOS EXTRAORDINÁRIOS!

Uma de minhas ocupações profissionais é na área de gestão de pessoas. Como educadora, particularmente, tenho investido muito no potencial humano, em conhecer a fundo o que denominamos “ser” e toda a conjuntura que o envolve. Hoje, pela manhã, fui com um grupo de 35 colaboradores (gerentes e vendedores) de 9 lojas que faço supervisão, para assistirmos uma palestra sobre motivação para vendas. O tema, muito bem abordado pelo ministrante Edson Oliveira (http://www.edsonoliveira.com.br/), levou-nos ao ápice por meio de uma palavra: “extraordiário”. Focando nesta palavra, o palestrante nos colocou que não basta sermos bons, não basta sermos excelentes, temos que ser extraordinários em tudo o que fizermos. E, para tudo aquilo que pretendemos fazer, devemos colocar atitude, desejo e comprometimento. Este último, sendo o mais importante que os demais. E o Edson Oliveira encerrou sua dinâmica, com um de nossos maiores exemplos - Ayrton Senna, colocando a imagem do piloto de Fórmula 1 olhando-nos nos olhos e dizendo: “Não importa onde você esteja, não importa se você é grande ou pequeno; o que importa é que você faça tudo com amor e com fé em você mesmo, pois se assim você fizer, você vai conseguir chegar onde quiser. Eu sempre quis ser o número 1 em tudo!”. Naquele momento, a platéia foi tomada por uma imensa saudade, pois nós, brasileiros, amamos nosso Ayrton Senna da Silva. E, como escreveu minha adorada escritora Clarice Lispector, “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida”. Infelizmente, não podemos mais ter a presença física do Ayrton em nosso meio, mas vamos absorver esta sua incrível lição de vida. Vamos fazer tudo com muito amor e fé e acima de tudo, vamos acreditar em nosso potencial criativo. Nós podemos ser extraordinários, SIM!
Catarina Poeta

28 junho 2008

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CAMINHADA

Ontem, um amigo olhou para mim e perguntou: - Por que você está triste? Eu, sinceramente, lhe respondi que não estava triste; só estava cansada. É verdade! Há dias em que estamos cansados. E o cansaço, às vezes, toma a forma de uma imensa tristeza. Mas, já passou! Quem tem alma de poeta, sofre de momentos que vem e que vão, com certa melancolia, talvez carregados de impressões do dia e da noite que catamos por onde passamos e vamos acumulando em forma de sentimentos. Então, carregados e também sobrecarregados de tais emoções escrevemos, ou sentimos em nós mesmos tudo isto e então, quando não há tempo suficiente para reciclarmos todas as sensações, cansamos. Como se fosse um tipo de êxtase ao inverso. É... é isso! Um tipo de gozo ao inverso (risos!!!). Mas, eu amo ser assim! Pois, me aproxima de tanta gente especial. Pessoas incríveis, que chegam até aqui porque sentem, vibram, amam, sonham, existem. Pessoas que, assim como eu, às vezes também se sentem cansadas. Mas, apesar disso, continuam caminhando. E, nos encontramos no caminho...

26 junho 2008

4 comentários
DESCANSO

No meu silêncio,
a tua face,
é o meu repouso...
a tua lembrança,
a minha paz!
Lanço no tempo
o meu riso de luz,
para que te alcance,
centelhas do meu
amor infinito
Catarina Poeta

25 junho 2008

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CENTELHA

Ao que me inspira,lanço-me inteira...
Penetro em teu olhar,
porque nele encontro
minha essência verdadeira

Catarina Poeta

23 junho 2008

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SER FELIZ

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.” Começo este ensaio com esta frase de minha escritora predileta – Clarice Lispector, pois igual estou me consumindo na busca deste objetivo. Não entendo a pessoa que perde tempo cultivando um cadinho de angústia do passado e fica remoendo um sentimento mal resolvido, um relacionamento inacabado e vive assombrada com a imagem do desafeto, deixando de abrir-se para a amplitude do presente, deixando de viver cada partícula nova de emoção, cada brilho de olhar, cada sonoridade de riso que desponta da pessoa que está ao seu lado. É tão intenso permitir-se, apaixonar-se, libertar-se, correr riscos... Liberdade é correr riscos! Como disse Clarice, liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome. É muito mais que isso... é viver intensamente! É viver cada dia como se fosse o único e da melhor maneira possível, com amor e total pulsação de energia. É olhar para o outro e enxergá-lo; é estar em meio à natureza e respeitá-la; é ingerir o alimento e saber saboreá-lo; é tocar as mãos de alguém e sentí-la de verdade. E, parafraseando minha íntima amiga de escrita, a Clarice, sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar. E, quando eu passar por você, me abrace forte, me olhe nos olhos, me dê as mãos, me diga uma palavra bonita.... pois, eu não tenho tempo pra mais nada. Ser feliz me consome muito!

Catarina Poeta

17 junho 2008

POEMA INCIDENTAL...

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Tempo

Vou me salvar, enquanto há tempo...
do teu olhar, do teu riso resvalado,
desse beijo que embriaga minh'alma
e do abraço que me envolve toda.

Vou me salvar, enquanto há tempo...
da ternura do teu olhar adocicado,
do silvar da tua voz que me acalma,
e das carícias que minha pele faz estremecer.

Vou me salvar, enquanto há tempo...
da saudade do teu cheiro pelo dia,
da angústia de não ter-te por longas horas
e do silêncio dos anos que nos separam.

Catarina Poeta

09 junho 2008

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RUPTURA

A tua indecisão
gerou um hiato,
um fragmento,
um descompasso,
um cadinho de nada
no canto do sentimento,
ao recordar do momento
em que você estava em mim.
No vazio desta palavra rasgada
no papel embriagado,
meus dedos correm
em versos soltos,
seguindo as pegadas
de um jovem
maduro amor
Catarina Poeta

05 junho 2008

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CENTELHA

Ao que me inspira,
Lanço-me inteira...
Abro as asas rumo
ao espaço infinito
e alço vôo,
igual pluma derradeira

Catarina Poeta

26 maio 2008

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Extraído do Diário, Paris, dia de Natal, 1882. Citado em Life of Anna Kingsford – vol. II, págs. 96-97 e 100-102.

RELATIVO AO POETA

O poeta não tem nenhum eu separado do seu grande eu. Alguns homens passam indiferentes pela vida e pelo mundo, porque a personalidade da Terra e do céu é algo separado deles, e não os toca. Contudo, a personalidade do poeta é Divina e, sendo Divina, não tem limites. Ele é supremo e onipresente na consciência; seu coração bate em todo elemento. Os pulsos de todas as profundezas do céu vibram no seu próprio e, reagindo às suas forças e plenitudes, ele sente mais intensamente do que os outros homens. Ele não apenas vê e examina essas rochas e árvores; essas águas variáveis e esses picos cintilantes. Ele não apenas ouve o vento plangente, o rufar dos repiques dos sinos. Mas, ele é tudo isso; e com eles – não, neles – rejubila-se e chora, brilha e aspira, suspira e ressoa. E, quando canta, não é ele – o homem – cuja voz é ouvida; é a da toda a própria natureza. Nos seus versos, o brilho do sol ri; as montanhas lançam longe seus sonoros ecos; o relâmpago veloz brilha. A grande cadência da vida universal move-se e torna-se articulada na linguagem humana. Ó alegria profunda! Ó ilimitada personalidade! Ó personalidade parecida com Deus! Todo o ouro do pôr-do-sol é teu; os pilares de crisólito; e a abóbada púrpura da imensidão! O mar é teu, com seu solene discurso, em sua distância enevoada e seus baixos radiantes! As filhas da terra te amam; as ninfas das águas te contam seus segredos; tu conheces o espírito de todas as coisas silentes! Os raios de sol são teu sorriso, e as gotas de chuva do céu, tuas lágrimas; no furor da tempestade, teu coração balança; e tua prece sobe com os ventos até Deus. Tua arte multiplica-se na consciência de todas as criaturas vivas; tua arte torna-se jovem com a juventude da natureza; tua arte é toda vista como os céus estrelados. Como para os deuses – tua arte é por eles amada; sim, se tu esmoreceres, eles te contarão todas as coisas; porque somente tu compreendes, dentre todos os filhos dos homens!

(...) Sinto-me feliz por encontrar neste mundo o depoimento de alguém que tenha conseguido, num momento de iluminada lucidez, registrar no papel, a essência da alma do poeta.
Catarina Poeta

22 maio 2008

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VAZIO EXISTENCIAL

Amar alguém é estar em comunhão profusa com outro ser. No entanto, a grande maioria das pessoas só conhece o amor como sensação — “os meus filhos”, “a minha mulher”, “a minha propriedade”, “o meu conhecimento”, “a minha realização”. A vida destas pessoas, em todas as direções, leva à exclusão; ela é um impulso de auto-isolamento da parte do pensamento e do sentimento; às vezes elas conseguem se comunicar com o outro; outras, ficam apenas num monólogo a dois. Eis por que existe o enorme problema que assola a humanidade atualmente: a sensação avassaladora de vazio. Mas, porque as pessoas sentem um enorme vazio existencial? Por que a vida parece vazia para algumas pessoas? Embora sejam muito ativas, embora freqüentem o cinema, embora se divirtam, amem e trabalhem, a vida é vazia, tediosa, mera rotina. Por que os relacionamentos destas pessoas são tão superficiais, estéreis e sem muito sentido? Respeitabilidade, posse e vazio. Como ir além dessa solidão, dessa insuficiência, dessa pobreza interior? A maioria das pessoas não deseja fazê-lo e fica satisfeita com a maneira como é; é muito cansativo descobrir uma coisa nova, e por isso preferem permanecer como estão — e aí reside a verdadeira dificuldade. Existem muitas coisas que dão segurança às pessoas; edificam paredes ao redor de si próprias, com as quais ficam satisfeitas e, ocasionalmente, há um murmúrio vindo de além da parede; há de vez em quando um terremoto, uma revolução, uma perturbação que logo neutralizam. Assim, a maioria na realidade não quer ir além do processo de auto-isolamento; tudo o que procuram é um sedativo, a mesma coisa numa outra forma. A insatisfação é bem superficial; querem uma coisa nova que os satisfaça, uma nova segurança, uma nova maneira de se proteger — o que é, mais uma vez, o processo de isolamento. O que estão procurando, não é ir além do isolamento, mas reforçá-lo de modo que ele venha a ser permanente e livre de interferências. São poucos os que desejam derrubar as barreiras e ver o que existe para além disso que chamamos de vacuidade, solidão. Aqueles que buscam um substituto para o antigo ficarão satisfeitos ao descobrir algo que proporcione uma nova segurança, mas há evidentemente quem queira ir além disso. Quem queira realmente preencher o vazio.

20 maio 2008

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CENTELHA

Minha intensidade
nem sempre é compreendida.
Meu elo aparente
me desliga de tudo.
Ao que me inspira,
vou além do que procuro...
Alguém que saiba
me amar por inteira


Catarina Poeta


... E, me encontro nos versos de Pablo Neruda, o Poeta Universal:


"Tenho fome de tua boca, de tua voz, teus cabelos
e pelas ruas vou sem me nutrir, calado,
Não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta,
procuro o líquido som de teus pés pelo dia.
Faminto estou de teu sorriso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como intacta amêndoa"

De Cien Sonetos de Amor

12 maio 2008

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REVELAÇÃO

Vindo,
surgindo,
saindo...
Brotando,
lutando,
ficando...
Nascendo,
crescendo,
vivendo...
Buscando,
encontrando,
adorando ...
Investindo,
sentindo,
descobrindo...
Acalanto,
encanto,
Amor
Catarina Poeta

09 maio 2008

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OLHANDO ALÉM

“Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só”

Esta Composição de Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá, fala de oportunidade. E, de fato, a oportunidade bate uma única vez em nossa porta e quem sabe aproveitá-la, alcança êxito. É assim com tudo na vida. No dito popular, diz-se que o “cavalo encilhado só passa uma vez na frente da porteira”. Fazendo uma analogia, qualquer oportunidade perdida, seja ela de cunho profissional ou pessoal, poderá deixar muita coisa para trás, fazendo o sujeito perder um tempo muito precioso. Para que isto não ocorra, é preciso aguçar a percepção e os sentidos, analisando com bastante cautela todos os prós e contras de uma oportunidade que surge à frente. Vale a pena enfatizar que, ao surgir uma nova oportunidade em sua vida, lembre-se de analisar dois pontos importantes: o que ela trará de felicidade para você e o bem que ela fará às pessoas que estão à sua volta. E, se o cavalo for mesmo bom, monte-o e não o deixe escapar de você, pois só cruza a linha de chegada, quem realmente pretende ser um vencedor.

05 maio 2008

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IDENTIFICAÇÃO

Identifico a tua angústia,
um certo brio recolhido,
uma tristeza vazia,
uma desconforto,
uma omissão...
Identifico tuas horas
contidas de alegria,
os teus gritos sufocados,
os gemidos guardados
pelo prazer não vivido...
Identifico a dor no teu
olhar compenetrado,
o teu silêncio vazio,
o mergulho no profundo
do teu ser...
Identifico você num espelho
refletido que olho todos os dias,
através da retina,
que timbrou tua imagem em mim


Catarina Poeta

01 maio 2008

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FILOSOFANDO

"No amor ocorre o paradoxo de dois seres se tornarem um, mas continuarem a ser dois." (Erich Fromm). A imagem acima é de Mauritus Cornelis Escher, que nasceu em Leeuwarden na Holanda em 1898 e faleceu em 1970, um arquiteto que dedicou toda a sua vida às artes gráficas. Na figura, ele é ele, ela é ela; mas ele é ela, e ela, ele. O corpo é um só, mas é dois. Nada existe, para que tudo possa existir. Incorporado isso, todas as metáforas, movimentos, traçados, sonhos, surgem daí. Os sábios dizem "não um" para nos lembrar de que a unidade não nega a multiplicidade, e que a natureza última do universo não é uma pasta uniforme sem nenhuma individualidade, sem dualidade, sem separação. Quando há dois seres existe a possibilidade de haver unidade entre eles; o fato de eles serem "um" possibilita sua manifestação em "dois". O fantástico é perceber a mesma estrutura, o mesmo processo atuando no universo: eu/mundo; eu/outro; vida/morte.


Confronto

O espelho revela a outra face...
A face que desconhecemos.
E ela questiona sobre tudo
Aquilo que não podemos responder.
O espelho é a resposta refletida
Da imagem que não temos.
A face revelada no espelho sorri
Para o rosto que a está olhando.
A outra face se entristece
Com o olhar fosco que a reflete.
A face que olha se emociona
Ao ver a outra face triste.
E quando a face que olha
Sai da frente do espelho,
A face refletida morre,
Levando consigo as feições
De alguém estranho
Que imaginava conhecer

Catarina Poeta


29 abril 2008

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POTENCIAL CRIATIVO

Pigmalião, um escultor e rei da ilha de Chipre, segundo uma lenda grega, enojado com as mulheres perversas de sua época, esculpiu uma estátua de marfim de uma bela mulher, que para ele tinha a imagem perfeita, e se apaixonou pela sua própria escultura. Em resposta ao seu pedido, a deusa Afrodite fez da estátua uma mulher de carne e osso, batizada de Galatéia. Eles tiveram um filho, Pafos. O mito ilustra a força da confiança e da visão criativa e o quanto isto pode interferir na vida de alguém. Em outras palavras, se pensarmos que alguém vai errar ou fracassar, provavelmente isto ocorrerá. Se confiarmos no potencial de uma pessoa, ela terá grande chance de ser bem-sucedida. O chamado efeito Pigmalião, ou a aposta que dá certo, serve como inspiração. Se não, vejamos: reza a lenda que o professor de Bethoven julgava-o um compositor sem futuro pela forma desajeitada como segurava o violino. Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por “falta de idéias”. O professor de Albert Einstein o descreveu da seguinte forma: “Mentalmente lento, anti-social e eternamente mergulhado em seus sonhos imbecis”. O primeiro treinador de Pelé o achava franzino e acreditava que o menino não tinha jeito de jogar. Essas personalidades famosas não deram ouvidos aos comentários negativos que receberam e seguiram em frente. Acreditaram! E todos nós sabemos, onde eles chegaram. E você, acredita no teu potencial criativo? Pois creia, você tem um e é único, exclusivo, pois é somente teu e somente você sabe a força que tem e com este potencial criativo pode mudar muitas coisas. Acredite!

Catarina Poeta

26 abril 2008

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VIAGEM

No ato desato
o elo do eu,
perdida num mundo
no fundo de mim.
Buscando um lugar
em meu corpo vazio,
sentindo emoções
que não sei de
onde vem.
Na busca os delírios
traduzem magias,
que ascendem os
sonhos que idealizei.
Partida a corrente
que me une ao mundo,
flutuo e permuto
naquilo que sou
Catarina Poeta

24 abril 2008

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PARA PENSAR

No Brasil, há um mês que se fala nos noticiários, nas ruas, nas famílias e em todo lugar, do assassinato da menina Isabella Nardoni, que aos 5 anos passou para a eternidade de uma forma brutal e inaceitável. Não há palavra, gesto ou ação que explique o que possa ter levado alguém a tirar a vida de uma criança tão linda, tão ingênua em sua forma de ser, tão cheia de riso, de alegria e de encanto. Toda vez que vejo o olhar da menina na TV, que vejo aquele sorriso de criança, me pergunto: “- Para onde está caminhando a natureza humana?”. Não vou entrar no mérito da questão de quem matou Isabella, de quem a esganou e de quem a jogou do sexto andar do prédio. Mas, vou perguntar a mim mesma e para quem ler este artigo, o quanto vale uma vida humana? Quão longe a insanidade e a falta de equilíbrio podem levar alguém a cometer atrocidades deste tipo? Qual o conceito de família que se tem hoje em dia? Ou ainda, o que leva um pai a violentar um filho? O que está faltando para as pessoas serem mais felizes e menos agressivas?
Se o AMOR é a resposta, aí estão as perguntas.

Catarina Poeta