29 julho 2008

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AMOR AMIGO... AMIGO AMOR

"Pra onde vai o meu amor, quando tudo acaba?", pergunta Chico Buarque, entre outras lindezas poéticas, na canção Almanaque. Em torno dessa aparentemente irrespondível pergunta do poeta, gravitam outras questões. Penso que quando há na relação uma estrutura embasada numa forte e sólida amizade, este amor se recicla e permanece de uma outra forma, pois amigos verdadeiros superam quaisquer obstáculos, até mesmo o rompimento de uma relação amorosa, ou de uma arrebatadora paixão. Cabe lembrar como já falei aqui no blog, que no amor ocorre o paradoxo de que dois seres tornam-se um e contudo permanecem dois. E, neste universo amplo e fantástico que são dois seres unidos por um sublime sentimento, a essência maior pode ser a amizade, quando ambos são emocionalmente maduros. Eu, particularmente, sonho viver um desses gloriosos momentos, em que uma incrível amizade é também uma agradável paixão. É como naquela canção dos Tribalistas, que fala da velha infância. Gosto do trecho que diz: “meu riso é tão feliz contigo, o meu melhor amigo é o meu amor”. O bom disso, deve ser ter ideais parecidos, compartilhar muitos momentos divertidos, rir de brincadeiras que criam e outras que aprendem juntos, dançar, ir ao cinema, comer pipoca, lembrar dos amigos em comum, praticar esportes, caminhar juntos, ler livros e conversar a respeito, ouvir músicas e cantar bem alto, falar de planos para o futuro e o mais interessante, é ter planos individuais mas que seguem paralelos. Respeitando as diferenças e acima de tudo, conservar um imenso carinho um pelo outro. E, mesmo que a paixão acabe um dia, a amizade permanecerá... Eu não tenho dúvida alguma! Por isso, gosto muito deste poema de Einstein e compartilho com vocês, pois é muito lindo ver a amizade deste jeito:


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

24 julho 2008

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SOU UM CORAÇÃO BATENDO NO MUNDO

Quando escrevi o poema “Inquietação”, que é, também, o título do meu terceiro livro, encontrava-me num momento de efervescência sentimental, pois na época eu havia perdido minha irmã do meio, que teve morte súbita. Este poema, inclusive, foi impresso em formato de cartão e entregue como lembrança para todos os familiares e amigos que compareceram na missa do sétimo dia. Naquela época, eu já tinha a consciência da perda e do quanto é difícil perder a quem amamos, seja para a morte ou para outra pessoa. A perda é verdadeiramente um sentimento inacabado dentro de nós e que nos causa muito desconforto. Não sabemos direito como encarar alguns fatos e superar outros e conheço pessoas que mesmo com o passar de muitos anos, ainda sofrem com as tais perdas. Me perguntaram esta semana, como eu consegui e consigo “dar a volta por cima” das perdas que tive, e seguir em frente. Bom, a questão básica é que tenho a convicção de que necessito seguir em frente. Não há nada que eu possa fazer, a não ser seguir em frente e fazer isto da melhor maneira possível. Amar os outros é uma forma de salvação individual que conheço, pois ninguém estará perdido se der amor e se receber amor em troca como uma conseqüência natural. Entregar-se a novos projetos, ao trabalho e ao lazer ajuda a desviar o foco e ver que a vida continua. Mas acima de tudo, saber lidar com a realidade que estamos vivendo num dado momento; Compreender que tudo tem um ciclo que tem um começo, um meio e um fim; Aprender que tudo acaba, tudo passa, tudo se recicla e tudo se renova; Entender que ninguém é de ninguém nesta vida, e que todos somos substituíveis até que seja cumprida a nossa missão pessoal; Saber ser um coração batendo no mundo e pulsar da melhor e mais profunda maneira, até que ele próprio, ao cessar seus batimentos, deixe como vívida lembrança um ritmo de fortes e inesquecíveis emoções para aqueles que ficarem. Assim, vivendo um dia de cada vez e com os olhos firmes no futuro, pode-se vislumbrar que além do horizonte há sempre um lindo lugar com pessoas incríveis esperando por você, por mim e por todos nós.

INQUIETAÇÃOCatarina Poeta
Largos são os horizontes,
Distantes são os caminhos,
Fortes os sentimentos,
Intensos são os carinhos,
Raros são os momentos,
Tristes as despedidas,
Marcante é a saudade,
De quem amamos um dia





"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha
a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo".
Clarice Lispector

22 julho 2008

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CENTELHA

Ao que me inspira
lanço-me inteira...
Abro o peito
rasgando o vento...
Sou livre!
E mergulho no oceano
de águas límpidas

Catarina Poeta

21 julho 2008

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ANSEIO
Quero teu beijo
em minha boca
sem demora,
quero tuas mãos
me envolvendo
com carinhos,
quero encolher-me
no teu caloroso abraço,
quero mergulhar
no momentâneo prazer
de estar contigo,
quero ir para
o teu céu infinito,
quero navegar
no teu oceano
de encantos,
quero ser o
teu melhor desejo...
Quero ser o
teu melhor sorriso

Catarina Poeta

15 julho 2008

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ONTEM

O cântaro está rachado
e o ladrilho quebrou.
Não mais importa...
De algum modo,
Ontem, tudo passou.
Minhas asas encolhidas
abriram-se novamente,
e alcei vôo...
Liberta deste amor

Catarina Poeta

14 julho 2008

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EU ME RENDI ÀS LETRAS

Já dei inúmeras demonstrações de minha admiração ao trabalho da autora Clarice Lispector e não me canso de citá-la nem de fazer minhas palavras, as dela. Gosto, infinitamente da seguinte afirmação de Clarice: "Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando... ". É, pela mesma razão, que eu escrevo. E, mais: escrevo por pura necessidade de me expressar para o mundo. Encontro neste exercício um imenso prazer que me seduz o tempo todo e sem o qual não posso viver. Escrever me dá a certeza de estar viva, emoldurada em páginas e linhas que perpetuam meus sentires, meus olhares, minhas interpretações de mundo. Encontro no mundo das letras as pessoas de que preciso e que são essencialmente verdadeiras, pois ninguém fala ou escreve aquilo que verdadeiramente não sente. A relação que tenho com meus leitores é viva, intensa, apaixonante e inspiradora em todos os sentidos. Encontro em cada leitor um amigo, um admirador que me estimula a seguir sempre em frente, buscando o aprimoramento necessário para o meu crescimento como escritora e também como pessoa. Isso que vivencio todos os dias, seja neste blog, ou nos informativos que escrevo em outros espaços que conquistei, é um aprendizado constante e recíproco. Por isso repito o que minha admirada autora, a Clarice, escreveu: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Eu me rendi às letras, aos meus leitores e sigo vivendo esta paixão linda e avassaladora, sem querer entender precisamente, mas simplesmente, vivendo-a intensamente.

Catarina Poeta

13 julho 2008

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IMPULSO

Quero sentir teu aroma,
teu sabor adocicado,
quero sentir a tua energia,
a densidade do teu ser,
quero amalgamar teus
pensamentos nos meus,
fluir em tua mente
como um gozo,
quero ser teu canto
e embalar teus sentidos,
quero ser teu recanto predileto,
teu momento de sossego,
quero ser teu aconchego
e em teus braços adormecer...
E, se nada disso eu puder ser,
quero apenas ser tua lembrança,
ser teu riso de criança,
a tua saudade derradeira

Catarina Poeta

10 julho 2008

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ELOS

No amargo... o doce.
No distante... o perto.
No querer... o perder.
No estar... o ser.
No sentido... o nada.
No abrigo... o frio.
Na saudade... o amor.
No amor... a liberdade!
Correntes...


Catarina Poeta

07 julho 2008

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CENTELHA

Em mim, o pulsar do sentimento
alcança uma freqüência diferente...
Sou imensamente intensa,
vou aos limites mais profundos,
entrego-me, absurdamente inteira,
e lanço-me sem medo,
naquilo que me inspira

Catarina Poeta

05 julho 2008

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PÉTALAS

Encontrei uma flor em meu caminho.
Por todas as razões, olhei-a
e amei-a Intensamente.
De todas as formas, a flor me parecia única,
a melhor de todas, a mais bela,
a que possuía o mais puro aroma.
Até que um dia, igual as outras que conheci,
a flor também murchou,
despetalou-se e feneceu.
E, eu fiquei...
sem a flor que tanto amei.

Catarina Poeta

01 julho 2008

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SEJAMOS EXTRAORDINÁRIOS!

Uma de minhas ocupações profissionais é na área de gestão de pessoas. Como educadora, particularmente, tenho investido muito no potencial humano, em conhecer a fundo o que denominamos “ser” e toda a conjuntura que o envolve. Hoje, pela manhã, fui com um grupo de 35 colaboradores (gerentes e vendedores) de 9 lojas que faço supervisão, para assistirmos uma palestra sobre motivação para vendas. O tema, muito bem abordado pelo ministrante Edson Oliveira (http://www.edsonoliveira.com.br/), levou-nos ao ápice por meio de uma palavra: “extraordiário”. Focando nesta palavra, o palestrante nos colocou que não basta sermos bons, não basta sermos excelentes, temos que ser extraordinários em tudo o que fizermos. E, para tudo aquilo que pretendemos fazer, devemos colocar atitude, desejo e comprometimento. Este último, sendo o mais importante que os demais. E o Edson Oliveira encerrou sua dinâmica, com um de nossos maiores exemplos - Ayrton Senna, colocando a imagem do piloto de Fórmula 1 olhando-nos nos olhos e dizendo: “Não importa onde você esteja, não importa se você é grande ou pequeno; o que importa é que você faça tudo com amor e com fé em você mesmo, pois se assim você fizer, você vai conseguir chegar onde quiser. Eu sempre quis ser o número 1 em tudo!”. Naquele momento, a platéia foi tomada por uma imensa saudade, pois nós, brasileiros, amamos nosso Ayrton Senna da Silva. E, como escreveu minha adorada escritora Clarice Lispector, “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida”. Infelizmente, não podemos mais ter a presença física do Ayrton em nosso meio, mas vamos absorver esta sua incrível lição de vida. Vamos fazer tudo com muito amor e fé e acima de tudo, vamos acreditar em nosso potencial criativo. Nós podemos ser extraordinários, SIM!
Catarina Poeta