CONFIANÇA

Hoje conversei com uma amiga sobre confiança. Ela contou-me que já não confia mais em ninguém, por diferentes razões e fiquei pensando sobre o conceito de confiança e o quanto isto está deturpado atualmente. Confiar em alguém, por definição, significa apostar que o outro tenha firmeza de caráter, habilidade, força e veracidade em seus atos e na maneira como se conduz na vida e principalmente, em relação as pessoas com quem se relaciona. Confiar envolve dependência de alguém, envolve adentrar na integridade do outro, envolve acreditar que o outro seja capaz de ser fiel a fé que lhe foi depositada. No mundo atual, em que vivemos numa atmosfera de desconfiança, onde fala-se tanto em desonestidade, em fraudes, em traições, em roubos e até mesmo pessoas mais próximas de nós nos traem, não é nada fácil manter esta fé firme no outro, pois diante de certos fracassos por parte dos seres humanos, confiar tornou-se extremamente difícil. O que fazer então? Como agir diante da falta de confiança quando se sofre uma traição por parte de alguém que julgava ser perfeito, fiel e confiável? Como trabalhar a mágoa que fica batendo dentro do ser como um martelo, a todo instante? Não há uma fórmula pronta para isto! Cada um é cada um, e a reação é diferente em cada pessoa. Friedrich Nietzche escreveu assim: “Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te”. Este é o conceito mais difícil de ser compreendido, de ser vivenciado e de ser resgatado, pois a confiança é como uma jóia rara e exclusiva: quem tem deve conservá-la e se possível guardá-la num cofre, pois depois que a perdemos, difícil é recuperá-la.

PARA PENSAR:
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever

Clarice Lispector