09 agosto 2014

Catarina Poeta


Com a palavra saudade, que só há no idioma português, defino meu sentimento atual pelos dias que passei com meu esposo em Portugal, terra mãe de grande beleza, infinitos encantos e inesquecíveis sabores. 
Há poesia nos fados, há doçura nos gestos e há sorriso no olhar do povo de Portugal. Uma pérola da Europa!



CHEIRA A LISBOA
(Amália Rodrigues)


Lisboa já tem Sol e cheira a Lua
Quando nasce a madrugada sorrateira,
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro com as chinelas da Ribeira.

Se chove cheira a terra prometida
Procissão tem o cheiro a rosmaninho
Nas tascas das vielas mais escondidas
Cheira a iscas com elas e a vinho.

Um craveiro numa água furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa.
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa.

A fragata que se ergue na proa,
A varina que teima em passar,
Cheira bem porque são de Lisboa,
Lisboa tem cheiro de flores e de mar.

Lisboa cheira aos cafés do Rossio
E o fado cheira sempre a solidão
Cheira a castanha assada se está frio
Cheira a fruta madura quando é Verão.

Os lábios têm o cheiro de um sorriso
Manjerico tem o cheiro de cantigas
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas.

Um craveiro numa água furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa.
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa.

A fragata que se ergue na proa,
A varina que teima em passar,
Cheira bem porque são de Lisboa,
Lisboa tem cheiro de flores e de mar.






2 comentários:

Nilson Barcelli disse...

A saudade é bem portuguesa...
Continuas linda.
Tem um bom domingo e uma boa semana, querida amiga Catarina.
Beijo.

Catarina Poeta disse...

Agradeço, caro amigo lusitano. Forte abraço e boa semana também.

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