RETICÊNCIA

O orvalho na folha

é como lágrima nos olhos,

no frescor da manhã,

do amanhã que se foi.

Desabrochar da rosa

de um buquê que secou.

Cartas amareladas,

são respostas sem perguntas.

Moldura quebrada

na imagem de vidro.

É sonho de nada,

amor sem palavras

Hoje passei o dia apreciando olhares!

Vi vários... Olhares vindos de olhos grandes, de olhos pequenos, de olhos amendoados, de olhos negros, olhos verdes, olhos castanhos... ví até olhos sem uma cor definida, meio cinza, meio verde, sei lá, muito bonitos! Vi olhares vívidos, brilhosos, daqueles que passam um certo fervor. Também vi olhares perdidos, olhando para o nada, imersos num profundo vazio. Vi olhares vagando em devaneios ao som do MP3 e outros curiosos lendo as frases de uma revista sobre atores de TV. Vi olhares apaixonados olhando-se mutuamente. Também vi olhares separados, que se viam de canto desfarçadamente.

E, em todos aqueles olhares, eu repassei um fragmento de história, de algum momento de minha vida. Afinal, quem não teve e tem um desses olhares em algum momento da vida?

Todos temos olhares alegres, tristes, apaixonados, sonhadores, perdidos...

Os olhos, como dizem, são as janelas da alma e refletem nosso estado de espírito, nosso eu, nosso sentimento. Não não dá para mentir quando se olha nos olhos de alguém! Somos transparentes nesta área do corpo. Transparentes como uma gota de orvalho.

Aprecie olhares você também. Veja como é bom enxegar o olhar de outra pessoa.

Catarina Poeta